Virgílio Vieira Tebas

«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. (...) O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço.» (O livro do desassossego, 152)

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« Virgílio Vieira Tebas é, até prova em contrário, o maior - senão mesmo o único - escritor falhado do século XXI em Portugal. Nasceu algures no tempo e no espaço... Está vivo actualmente (ou assim o parecia da última vez que foi visto), não se sabe bem onde. Criador da cantiga de inimigo, é também dono de um currículo inqualificavelmente extenso... Consta que teve de pagar (muito) para ver os primeiros textos publicados. Concorreu recentemente a um prémio literário, tendo conseguido não só não ganhar mas também ser classificado como "a pior proposta literária" (com direito a confiscação e destruição de bens pela polícia secreta). Mantém um 'blog' - com o título curioso de "Virgílio Vieira Tebas" - ao qual, carinhosamente, se refere como "vlog". » em revista Big Ode #4 (http://big-ode.blogspot.com)

Tuesday, April 22, 2014

procrastinação... voluntária ou não

Depois de uma pausa tão grande, seria de pensar que eu estivesse morto ou não houvera já pausas semelhantes (senão até maiores), previamente, neste blogue. (Seis meses? Não sei.)
Por esse facto, é irónico que regresse desta forma, poder-se-ia pensar, mas a ironia não existe no vácuo (a ironia só existe nos olhos de quem a vê).
Falando francamente, revejo-me na imagem... (Se bem que dez semanas talvez não chegassem...)
Os únicos pontos que não se me adequam, de todo, são: a escolha de material de papelaria (o que deixo para a minha secretária); esperar pela inspiração (de facto, acontece-me mais o contrário - ter de esperar para poder dar azo à inspiração em forma escrita); e procurar a ‘font’ perfeita (a única estética que me rege é a do discurso... ou outra que me seja exigida).
O que se me adequa mas pouco: ‘snacks’ e bebidas (tenho impressão que falta ali um verbo) - sobre ‘snacks’ não sei mas que escritor terá exercido o seu direito sem um líquido por companhia? Nem que seja chá - que, além do resto, não exige pausa para ser bebido. Mas admito que sou um pouco escravo das ditas necessidades fisiológicas - não durmo a sesta mas durmo à noite, paro para almoçar (aproveitando para ler), para ir à salle de bain...
E aquilo de que sou mesmo culpado (que não é mencionado na imagem, ou é mas de outra forma): de ter uma fraca noção do tempo; de ter ou conseguir criar poucas oportunidades para estar sossegado, sentado (ou em que posição seja), a escrever; e de planear em excesso - o que se calhar é um reflexo da “condição” anterior - em caso de perfeccionismo, e à falta de melhor, aproveita-se o pouco tempo útil que se tem, não para escrever, mas para definir, delinear, planear...
O que me lembra a frase: “life is what happens while you’re making other plans”.
 

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