Virgílio Vieira Tebas

«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. (...) O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço.» (O livro do desassossego, 152)

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« Virgílio Vieira Tebas é, até prova em contrário, o maior - senão mesmo o único - escritor falhado do século XXI em Portugal. Nasceu algures no tempo e no espaço... Está vivo actualmente (ou assim o parecia da última vez que foi visto), não se sabe bem onde. Criador da cantiga de inimigo, é também dono de um currículo inqualificavelmente extenso... Consta que teve de pagar (muito) para ver os primeiros textos publicados. Concorreu recentemente a um prémio literário, tendo conseguido não só não ganhar mas também ser classificado como "a pior proposta literária" (com direito a confiscação e destruição de bens pela polícia secreta). Mantém um 'blog' - com o título curioso de "Virgílio Vieira Tebas" - ao qual, carinhosamente, se refere como "vlog". » em revista Big Ode #4 (http://big-ode.blogspot.com)

Monday, October 09, 2006

GEÑ

Estamos tão terrivelmente sós.
Sentidos iludem… “sentimentos atrasam”?
Ser humano, 'condicio sine qua non'… Falta introspecção. Parar para pensar. Voar. Mas e depois?
Se pelo menos pudesse tocar-te… Tocar outra vez os que já partiram. Esperar que esperem por mim. Poderia voltar a um estado desprezo pela vida. …la©tente.
Não percebo, não me cultivo. O tédio, a raiz do mal. Descompressão fermentação? Má alimentação. Inadaptado, qualidade do que se não adapta morre devagar. Renasce a cada momento, desejando ser nado-morto.
Ó quanta ignorância, ignomínia…! Salve-se quem souber, quem não mata.
"Ele frisou…” Dá um passo para fora de ti. “Esquece” e “desculpa” inane. Falácia da noção de ver. Sofisma com o que digo. Estaremos realmente…? Sós com fantasmas, os nossos e o inferno. Certo modo nada. Obsessão… pressão. “Pratica o que pregas”. Dedos tortos no martelo… O belo o menos feio alt. este copo a meio? Ironia… Não via o que fazia porém fazia-o bem. E nós, omniscientes, rangemos dentes enquanto sonhamos que nos afogamos caímos. Atribui significado com facilidade, descansa mente. Tudo está passível…
E tudo isto porque te chamei não ouviste. Noutro mundo… a fluidez é ao contrário. Há incongruência na ciência e o que não arte.
Silêncio, gargalha… mais fácil observar ali, onde nunca fui. Sempre a falar, não aprende. Jogos… Julgo de facto. …luto à noite, a floresta (…). …a vala?
Permeabilidade, mal e habilidade… Como carne crua no prato. Por fazer… o que não queres; fazes o que tem ser. Sem amor… Conformar até morrer.