Virgílio Vieira Tebas

«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. (...) O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço.» (O livro do desassossego, 152)

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« Virgílio Vieira Tebas é, até prova em contrário, o maior - senão mesmo o único - escritor falhado do século XXI em Portugal. Nasceu algures no tempo e no espaço... Está vivo actualmente (ou assim o parecia da última vez que foi visto), não se sabe bem onde. Criador da cantiga de inimigo, é também dono de um currículo inqualificavelmente extenso... Consta que teve de pagar (muito) para ver os primeiros textos publicados. Concorreu recentemente a um prémio literário, tendo conseguido não só não ganhar mas também ser classificado como "a pior proposta literária" (com direito a confiscação e destruição de bens pela polícia secreta). Mantém um 'blog' - com o título curioso de "Virgílio Vieira Tebas" - ao qual, carinhosamente, se refere como "vlog". » em revista Big Ode #4 (http://big-ode.blogspot.com)

Wednesday, January 27, 2010

SERINOCE ZADAG (IV)

Os maus negam a morte. Falácia. Naquele momento somos o extremo da bondade e...
(A mente é algo terrível… desperdiçar? degustar?…)
Divertimento nas entranhas. Distracção… Gostaria de ir a rir. Mas translúcido.
Repetição dessensibiliza.

“É hoje!” Um destes dias… Um destes dias estarei pó. Só. Mais. Um. Ninguém saberá…

Velocidade oleaginosa… Revista a vida na lentidão. Depois da luz a escuridão. Ou antes a luz na escuridão? Tudo se resume ao hábito. Não se explica ostentar. Foge, porra! Corre como se fosse o fim do mundo!

Impensável pelo conhecimento viciado. É merecido a quem se acha à mercê... E também a quem inflige dor em seres indocentes. Ranger os dentes é herança. E, já lá dizia o velho, “que a última a morrer não seja a Esperança”!

A ordem natural… nova desordem mundial… Música trivial.
Entupidos sentimentimos... estúpidos cuspimos cupidos acessórios.

…todos vestidos ao funeral. …candura para afastar o mal.
Ó, amigo, porque fizeste isso? Lembro-me bem, tão bem, de ti. …de mim e dela.
Sela essa janela e ferve um pouco de água. Purificação…

Consciência. Obrigação e morte. Objectivo. “Esta espiral mortal”. Solo doente paciente. Arte versos ciência. Convencional, condicional. Cancela, adia. Abrevida pela tecnologia. Cartilagem é comida. Vértebra é condição (de) material. Medida e cavidade. (...)

Combinado. Ruídos fisiológicos e a fome de viver, quando sentis o corpo a entorpecer. Palavras escritas não quebram o silêncio. Violência pela vivência, envolvência...
“Bola de neve vazia”. O que faria por acaso?

Cantar e dança… Enche(r) a pança, com lixo a cabeça. Amar odiar o amor.

Incompleto. Perdeste-te do valor daquilo e isto ainda...
...enquanto finges que voas; ...enquanto és palpável; ...enquanto funcionas...
Mal. Abita. Hóspede. Fui um na tua casa e nunca te conheci.

Invisível. Agora e na hora do atentado.

Consumado. Até à próxima…