Virgílio Vieira Tebas

«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. (...) O meu instinto de perfeição deveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço.» (O livro do desassossego, 152)

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« Virgílio Vieira Tebas é, até prova em contrário, o maior - senão mesmo o único - escritor falhado do século XXI em Portugal. Nasceu algures no tempo e no espaço... Está vivo actualmente (ou assim o parecia da última vez que foi visto), não se sabe bem onde. Criador da cantiga de inimigo, é também dono de um currículo inqualificavelmente extenso... Consta que teve de pagar (muito) para ver os primeiros textos publicados. Concorreu recentemente a um prémio literário, tendo conseguido não só não ganhar mas também ser classificado como "a pior proposta literária" (com direito a confiscação e destruição de bens pela polícia secreta). Mantém um 'blog' - com o título curioso de "Virgílio Vieira Tebas" - ao qual, carinhosamente, se refere como "vlog". » em revista Big Ode #4 (http://big-ode.blogspot.com)

Saturday, October 20, 2012

“então, querido?”
tão fofinho
como um ursinho
de pelúcia
meiguinho
como a irmã lúcia
(pai, perdoai…)
porém
não vejo nada
nem ninguém
a fazer o bem
nesta latrina
e também
não tenho opção
sou um boneco
uma beata
quem me fumou
ganhou
cancro no pulmão
da mente
o direito a definhar
é meu

(em “destruir antes de ler, vol. I”)

conselhos de escrita

Após a leitura atenta, recomendada por um amigo, dum artigo sobre as oito regras de escrita de Neil Gaiman (ler em http://www.brainpickings.org/index.php/2012/09/28/neil-gaiman-8-rules-of-writing), - e de artigos semelhantes sobre Zadie Smith, Henry Miller, Jack Kerouac, John Steinbeck, Susan Sontag, George Orwell etc. - achei que estava na altura de ter as minhas próprias regras.
Sentei-me à escrivaninha, arregacei as mangas, peguei na pena e... Lembrei-me que já tinha escrito algo do género, espontaneamente...
Subi ao sotão, acendi a luz e passei o resto do dia a (re)ler coisas antigas, a recordar a pessoa que era... Acabei por encontrar as ditas "regras" (escritas há mais de cinco anos), que aqui transcrevo na íntegra:

Para que haja um(a) escritor(a), é preciso/ basta que se reúnam duas condições:
- Estar vivo e atento;
- Conseguir verbalizar essa experiência, essa observação e a imaginação que daí resulta.
P.S.: Ser sensível ajuda.

Entretanto, uns dias depois, escrevi mais qualquer coisa sobre o mesmo assunto mas isso fica para outra ocasião, que publicar imediatamente (neste caso, sete dias) depois de escrever dá azar.